Este projecto reúne um conjunto de 18 partituras bordadas, que fazem parte de uma importante expressão artesanal da Ilha da Madeira, de onde Ana Irene Rodrigues e Sara Anjo são naturais.

O bordado madeira integra a história e a cultura da ilha desde o início do seu povoamento, no séc. XIV. Este teve um grande impacto social e económico para as famílias de muitos madeirenses e foi das primeiras e principais profissões femininas da região. Em 1863, enquanto indústria caseira, o bordado ocupou cerca de 1029 mulheres por toda a ilha, em 1906 o número de bordadeiras subiu para 32.000, em 1940 para 50.000. O número mais elevado foi atingido em 1950 com a presença de 60.000. Actualmente, o número é menor e confinado a uma geração idosa.

Inicialmente foi um processo criativo totalmente dependente de um só artesão, a bordadeira. Dela dependia a criação do desenho a ser bordado, a sua preparação e execução no tecido e a finalização da peça. No séc. XIX com a industrialização esse processo alterou-se, subdividindo-se as fases do processo entre vários artesãos (desenhador, estampador, picotador, bordadeira, etc) e o bordado passou a ser um produto mercantil, ficando o seu valor artístico em segundo plano.

Assim, este projecto ambiciona estimular o bordado madeira na sua dimensão artística, desenvolvendo-o enquanto objecto artístico a ser usado fora do circuito económico. Ambiciona ainda a valorização deste a nível social, como uma profissão criativa e feminina a ser explorada por uma geração jovem.

Para ver uma reportagem sobre a história e processo do bordado madeira clique aqui.

Partitura